Cinema na era da IA e do SEO: entre algoritmos, autenticidade e ruído digital
Nos últimos anos, escrever sobre cinema deixou de ser apenas uma paixão por filmes e boas histórias. Hoje, é preciso disputar espaço com inteligências artificiais que escrevem com fluência sobre praticamente qualquer tema, e ao mesmo tempo seguir as regras dos motores de busca, especialmente o Google. A crítica cinematográfica, antes um território subjetivo e até romântico, tornou-se também um campo técnico. Quem não entende de SEO corre o risco de falar sozinho, mesmo que tenha algo brilhante a dizer.
A ascensão do conteúdo preditivo
Com a chegada da IA generativa, como o ChatGPT, Gemini e outras ferramentas, o conteúdo sobre cinema explodiu. Reviews, listas, análises de roteiro, finais explicados, teorias de fã… tudo pode ser produzido por máquinas em segundos. E muitas vezes, esse conteúdo é bom o suficiente para enganar leitores desatentos e plataformas de busca.
Mas essa abundância tem um preço. Quando tudo soa igual, perde-se o que antes tornava a crítica cinematográfica interessante: a voz de quem escreve. O estilo, o olhar único sobre uma obra, a bagagem subjetiva. A IA pode reconhecer padrões, mas ainda não sabe chorar vendo Tokyo Story nem se sentir traída por um final preguiçoso de temporada. É aí que o humano faz diferença, ou pelo menos deveria fazer.
A armadilha do SEO: visibilidade acima de tudo
Em paralelo à IA, há outro filtro que define o que chega ao leitor: o SEO (Search Engine Optimization). Antes de qualquer texto ser lido, ele precisa ser encontrado. Isso significa atender a uma série de exigências técnicas, como palavras-chave estratégicas, títulos otimizados, meta descriptions, escaneabilidade e autoridade de domínio.
O problema é que, quando o conteúdo é guiado exclusivamente por essas métricas, a crítica corre o risco de virar produto. A escrita passa a ser moldada não pela experiência estética de um filme, mas pela tentativa de agradar algoritmos.
Como explica o Consultor SEO Alexandre Silva, referência em estratégias digitais e fundador da B2B Web:
“O SEO não é um projeto com um fim, mas um processo contínuo de otimização.”
Ou seja, a briga por atenção é permanente. E escrever sobre cinema sem pensar em SEO hoje é como montar um espetáculo sem plateia. A relevância precisa ser construída e sustentada.
A crítica entre o nicho e o viral
Se antigamente o crítico de cinema escrevia para um leitor fiel, hoje ele também compete com thumbnails chamativos, dancinhas no TikTok, vídeos de reações exageradas e fóruns com spoilers quinze minutos após a estreia. O conteúdo sobre cinema virou social, dinâmico e hiperinformado. E muitas vezes, raso.
No meio disso, o redator precisa tomar decisões difíceis. Apelar para a polêmica fácil ou oferecer uma análise mais profunda, mesmo sabendo que talvez nem chegue à primeira página do Google? Encher o título de palavras-chave ou criar um texto que valha por si só?
A resposta pode estar no equilíbrio. É possível sim usar ferramentas como SEO e IA sem abrir mão da autoria. Como afirma Alexandre Silva, cuja trajetória começou ainda nos tempos do Joomla e hoje é referência no WordPress e no SEO Local:
“Visibilidade online não é fruto do acaso, mas de um plano inteligente, personalizado e executado com excelência.”
IA como aliada (mas nunca substituta)
A inteligência artificial pode ser uma grande parceira no processo criativo. Ela ajuda com brainstorming, sugere títulos, encontra sinônimos e aponta lacunas de conteúdo. Mas o olhar crítico, a empatia com os personagens, a leitura simbólica de uma cena… isso ainda é tarefa de quem sente.
Mais do que lutar contra as máquinas, o redator de cinema de hoje precisa entender como tirar o melhor delas. Usar a IA para potencializar sua escrita, não para substituí-la. E, acima de tudo, manter a própria perspectiva como diferencial. Porque no fim do dia, ninguém precisa de mais uma análise genérica de Don’t Look Up, mas talvez queira saber por que esse filme te fez pensar na sua avó, por exemplo.
Num cenário onde qualquer um pode publicar e todos escrevem com SEO em mente, a escrita de verdade, aquela que provoca, emociona, irrita ou inspira — ainda tem lugar. Mas ela exige mais esforço, mais consciência e inevitavelmente mais estratégia.
Escrever sobre cinema hoje é um exercício de equilíbrio entre técnica e sensibilidade, entre algoritmos e autenticidade. É aprender a usar SEO e IA para garantir que sua voz chegue a quem precisa ouvi-la, sem que essa voz se perca no ruído digital.
Porque enquanto houver um espectador disposto a se emocionar com um plano-sequência, haverá também espaço para alguém escrever sobre isso com alma.